Embaixador diz ser "desinteressada" cooperação de Pequim com Dili
A cooperação chinesa com Timor-Leste é desinteressada , afirma o embaixador da China em Dili, Fu Yancong. Falando à Lusa, o diplomata admitiu que "há algumas empresas chinesas interessadas em participar em projectos de construção de infraestruturas” no território por iniciativa própria, e sem qualquer intervenção governamental.
"Quanto às áreas em que a China pretende investir, cabe às empresas chinesas decidir e não há nenhum objetivo ou ideia concreta da parte oficial, apesar de apoiar à sua internacionalização e de encorajar as empresas competentes a saírem do país para participar em investimento internacional", referiu o representante do Governo de Pequim.
Fu Yancong revela que o domínio da electricidade, quer na produção, quer na rede de distribuição, é um daqueles que suscita o interesse de empresas do seu país, mas desmente intenções chinesas na exploração de gás natural e de petróleo do Mar de Timor. O diplomata destaca o facto da estar oferecer apoio a Timor-Leste, a China "sem contrapartidas e sem nenhuma condição".
Até agora, os projectos de ajuda chinesa incluíram a oferta dos edifícios da Presidência e do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Outros projectos apoiados pela China são a construção de 100 apartamentos para alojamento de militares que já começou, o futuro edifício do Ministério de Defesa que está em fase de projecto, e a construção de uma escola primária que vai começar em breve.
Mais controverso, até pelas implicações em termos de equilíbrios regionais, é a construção de um porto em Hera pelos chineses para acolher barcos de patrulha que Díli vai receber da China. A formação de marinheiros será também realizada por elementos da marinha de guerra de Pequim.
Austrália e Japão seguem com preocupação a afirmação da presença chinesa em Timor-Leste.